terça-feira, 3 de março de 2015

Papel-Máquina




O filme Papel-máquina nasceu da experiência de leitura do livro homônimo de Jacques Derrida, escrito em 2001. O livro, em Derrida, opera como máquina de pensamento, mesmo que não seja possível atribuir a ele uma força intrínseca de produção. Assim, com certa pitada das provocações nietzschianas, Derrida traz ao livro sua frequente tese de que todo texto é autobiográfico, logo, todo livro é a "auto-confissão de seu autor", para usar as palavra do autor de Zaratustra.

Papel-máquina se desenvolve em 4 cenas, extraídas, na verdade roubadas, dos 4 primeiros capítulos do livro de Derrida. De seu texto roubado, das cenas compostas pelo livro, são traduzidas por outras vivências com o texto. As palavras nascem do livro derridiano, mas o texto não lhe pertencem mais. Cada cena traduz um capítulo ao gosto de um escrileitor, que faz o papel-máquina circular pelo espaço acadêmico.

O filme é uma experimentação do pensamento e da imaginação a partir de uma leitura livre, não acadêmica, de um autor, J.D., que é fértil para a criação de múltiplas leituras. O filme também é uma experimentação de traduzir em imagens o pensamento desconstrucionista.

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