domingo, 23 de novembro de 2014

Seminário Educação - 2014

O Seminário Educação 2014, conhecido por SemiEdu 2014, está sob a responsabilidade de dois grupos de pesquisa: o grupo Estudos de Filosofia e Formação (EFF), sob a liderança do professor Silas Borges Monteiro e Grupo de Pesquisa Trabalho e Pesquisas sobre Trabalho e Educação (GEPTE), sob a liderança do professor Edson Caetano.

Nesta edição do SemiEdu, um elemento é constituidor: o encerramento de um projeto de quatro anos, financiado pelo edital Observatório da Educação, CAPES/Finep, coordenado pela professora Dra. Sandra Mara Corazza, da UFRGS. Além de Porto Alegre e Cuiabá, participam UFPel e UNIOESTE, em Toledo. O título do projeto deu nome ao SemiEdu 2014: Escrileituras: modos de "ler-escrever" em meio à vida. Este projeto tem inserção na Educação básica, na Educação de jovens e adultos, na Educação Superior com alunos de licenciaturas e com professores da rede pública de ensino, estadual e municipal. Sob o ponto de vista do campo teórico o faz a partir das Filosofias da Diferença e Educação.

Como objetivos, este projeto quer produzir, em nível de mestrado e de doutorado, estudos relacionados ao conceito de aprendizagem, de letramento e de escrileitura na contemporaneidade. Também deseja investigar as relações entre modalidades de pensar e modalidades do aprender, assim como quer constituir espaços de pesquisa e de in(ter)venção nos modos de ler e de escrever, contribuindo na formação de recursos humanos em educação, através de experimentações previstas com docentes da rede pública de ensino e com alunos de licenciaturas. Esses objetivos são realizados por meio de Oficinas de Transcriação (OsT) como cenários de autoria e leitura junto aos alunos da Educação Básica (Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos) envolvidos no projeto. Como efeito, e intenção, o projeto quer expandir o conceito de texto para além das noções de registro e prazer, que permita uma possibilidade ao inusitado, à raridade e ao desejo de ler e de escrever, ultrapassando assim as escolhas definidas por territórios identitários. Estes elementos carregam de sentido o SemiEdu 2014.

Escrileitura, como conceito força, toma este evento. Ler-escrever em meio à vida, como forma de se experimentar a educação. São palavras geradoras neste SemiEdu 2014.

Veja nosso vídeo de apresentação clicando aqui.

Por: Silas Borges Monteiro e Edson Caetano.




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Um caminhar (De) vagar

Quem passou pelas escadarias do anexo do IE durante essa semana se deparou com uma impregnação poética no espaço. Essa intervenção artística elaborada pelo EFF é uma homenagem ao poeta Manoel de Barros.




"Um caminhar (De) vagar" é também mais uma intervenção para divulgação do #SemiEdu2014 que está a quatro dias de seu início.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A rede do SemiEdu Pela UFMT























                         http://vimeo.com/111493045




O Atentado Poético

O "Atentado poético" que percorreu os corredores do IE, IL e ICHS na noite de ontem, com o grito de guerra "Poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia?" foi uma mais uma intervenção artística promovida pelo EFF, um dos grupos de pesquisa que estão na organização do #SemiEdu2014. Essa intervenção teve como proposta levar um pouco de poesia, arte e vida aos corredores da UFMT, assim como divulgar o SemiEdu que se aproxima. Através de uma experimentação artística onde foram usadas duas obras do poeta mato-grossense Manoel de Barros: "O apanhador de desperdícios" e "Retrato do artista como coisa".


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

52

Vídeo conceito 52, autobiográfico, produzido pelo Grupo Estudos de Filosofia e Formação.

 


Roteiro e criação | Silas Borges Monteiro
Produção executiva | João Ninguém
Coreografia e execução | Mariana Prates
Câmera e corte | Carlos Augusto dos Santos
Luz | Frank Busatto
Cenário | Hector Assunção
Músicas | Jd005, Jd002, Jd024, Jd025
Composição | Ryuichi Sakamoto - Álbum: Derrida
Supervisão | Cláudia Moreira e Moacir Barros
Realização | Estudos de Filosofia e Formação

domingo, 2 de novembro de 2014

Contagem regressiva - SemiEdu 2014

Faltam 21 dias para o inicio do Seminário de Educação 2014.
Todos os dias lançaremos informações quentinhas sobre o evento que acontecerá na UFMT campus Cuiabá.



Confira as presenças já Confirmadas: http://vimeo.com/110673378

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

D de Derrelição

A Intervenção "D de Derrelição" foi pensada a partir da obra: "A Obscena Senhora D", escrita por Hilda Hilst. Nesta intervenção foram trabalhadas as idéias do abandono e do desamparo, expressos de maneira contundente na obra da autora. Também questões relacionadas a corporalidade e o feminino como performance.



Esta é mais uma intervenção de preparação ao #SemiEdu2014.

O que te escreve? - Preparação para o SemiEdu2014.

Nosso mural intitulado "O que te escreve?" voltou para o saguão do Instituto de Linguagens da UFMT. Se ainda não conferiu, não perca essa oportunidade, ele ficará exposto até amanhã. Essa é mais uma intervenção artística em preparação ao #SemiEdu2014.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O que te escreve?

Intervenção artística em preparação ao Seminário de Educação 2014. Nosso mural intitulado "O que te escreve?" fica até as 18:00h de hoje no saguão do Instituto de Educação da UFMT. Se ainda não conferiu, vá até lá e deixe seu recado!



sábado, 18 de outubro de 2014

Conferencistas do Seminário de Educação 2014

Em novembro, acontece na UFMT o Seminário de Educação edição 2014. Além do SemiEdu 2014, acontecem também mais dois eventos em paralelo a esse, o I Colóquio internacional Escrileituras em Educação e o II Colóquio Nacional Pensamento da Diferença.

Além das discussões que serão propiciadas pelos nossos vinte e quatro GTs, contaremos com a presença de quatro conferencistas renomados na área da Educação.

Saiba um pouco mais sobre eles através dos PODCASTs abaixo:


















Não fique fora dessa! Inscrições pelo Site: www.ufmt.br/semiedu2014

Reversement

Agrada aos leitores de Nietzsche a ideia que a transvaloração ocupou em seu pensamento. Apenas para ficarmos com um exemplo deste apreço pelo gesto nietzschiano: "Um exame atento dos textos do período da transvaloração revela que vida e vontade de potência estão relacionadas de duas maneiras distintas: em alguns escritos, acham-se claramente identificadas e, em outros, a vida aparece como caso particular da vontade de potência” (MARTON, 2010, p. 102). Apenas por esta observação da pesquisadora, se concordarmos com ela, teremos na transvaloração, provavelmente, o que mais contundente foi em Nietzsche: a vida como um caso particular da vontade de potência; ou, vontade de potência como vida. Esta é a posição de Araldi, sobre um livro específico de Nietzsche: "Na obra Para além de bem e mal e nos escritos da época, prevalece a interpretação da vontade de potência como vida, particularmente nas relações de mando e obediência que perfazem as relações humanas.”(ARALDI, 2012, p. 111). E, certamente, é o nosso autor que explicita essa meditação em dois fragmentos póstumos da primavera de 1888, sob o título “A vontade
de potência como vida”: 14 [173] e [174]: "o que o ser humano quer, o que cada parte mínima de um organismo vivo quer, é um plus de potência.” (Fragmento póstumo 14[174] da primavera de 1888). Ora, prazer e desprazer, como mecanismos de preservação ou metas orgânicas, no pensamento nietzschiano, são reduzidos a fenômenos: o que se quer, afinal, é potência.

Este gesto mostra-nos do que se trata a transvaloração; tornar o que é bom em mal, ou invertê-los, seria uma simplificação sem precedente. Transvalorar, portanto, significaria criar novos valores, fazê-los germinar em outras bases, superá-los para criação do novo.

É neste ponto que encontro, em Derrida, esta possibilidade transvaloradora: o conceito de renversement. Para Santiago (1976, p. 76), este conceito "marca na filosofia ocidental não uma coexistência pacífica, mas uma violenta hierarquia das oposições.” Portanto, quer penetrar no entre, na dobra, no espaçamento dos dualismos para operar o renversement. Como gesto transvalorador, entretanto, não podemos seguir Santiago quando afirma que a estratégia derridiana é a de “inverter a hierarquia das oposições” (idem), pois seria cair em uma espécie de niilismo fraco, já apontado por Heidegger. Pensamos que renversement requer transverter as hierarquias, os dualismos, as oposições, ou, para usar um termo do próprio Santiago: transgredir a fim de “produzir um novo conceito” (idem, p. 77).

Por isso, fazemos a opção de que renversement deva ser entendido como transverter.

A transversão, como gesto desconstrutor, supera os dualismos em direção a um outro novo conceito, que suplementa, ao mesmo tempo que supera, as oposições e dualismos em questão.

Referências

ARALDI, Clademir Luís. A vontade de potência e a naturalização da moral. In: Cadernos Nietzsche, n. 30. São Paulo: 2012, pp. 101-120.
MARTON, Scarlett. Nietzsche: das forças cósmicas aos valores humanos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010, 3a. ed.
SANTIAGO, Silviano. Glossário de Derrida. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Escrileituras em Ação

Assista o vídeo de apresentação do Projeto Escrileituras: Um Modo de Ler-escrever los Meio a Vida: UFRGS, UFPel, UNIOESTE, UFMT, criado pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro, coordenador do EFF e do núcleo Cuiabá - UFMT do Projeto Escrileituras.


Projeto Escrileituras, será apresentado no VII Colóquio Luso-Brasileiro sobre Questões Curriculares, de 18 a 20 de setembro, em Braga, Portugal, Universidade do Minho.
Também será apresentado no Seminário Nacional de Educação, SemiEdu 2014, parceria entre Secretaria Estadual de Educação e UFMT.
I Colóquio Internacional “Escrileituras em Educação”; e II Colóquio Nacional “Pensamento da Diferença”, que encerra o Projeto Escrileituras

sábado, 6 de setembro de 2014

SemiEdu Núcleo Cuiabá

Confira aqui o quarto núcleo do Projeto Escrileituras: UFMT Cuiabá, que em conjunto com o Grupo de Pesquisa Trabalho e Pesquisas sobre Trabalho e Educação (GEPTE) e o Programa de Pós Graduação organizam o Seminário de Educação 2014. 





Não fique de fora!
Confira no site a nossa Programação e modalidades para a submissão de trabalhos: http://www.ufmt.br/semiedu2014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

SemiEdu Núcleo Toledo

Vocês já conheceram dois núcleos e tem mais um.  Hoje é o núcleo UNIOESTE, em Toledo, coordenado pela Profª. Drª. Ester Maria Dreher Heuser basta clicar aqui:



De lá para cá vem vários integrantes. E você? Não vai ficar de fora né? 
Inscrições pelo site: www.ufmt.br/semiedu2014

terça-feira, 2 de setembro de 2014

SemiEdu Núcleo Pelotas

Ontem disponibilizamos o vídeo com algumas informações sobre o Núcleo de Porto Alegre. Hoje? Bom, hoje é dia de conhecer um pouquinho sobre o núcleo de Pelotas, que é coordenado pela Profª. Drª. Carla Gonçalves Rodrigues, veja aqui: 



Ah! Já fez sua inscrição? Não?! Então clica aqui www.ufmt.br/semiedu2014 #SemiEdu2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SemiEdu Núcleo PoA

Nesta edição do SemiEdu, que será também o I Colóquio Internacional Escrileituras em Educação e II Colóquio Nacional Pensamento da Diferença, um elemento é constituidor: o encerramento de um projeto de quatro anos, financiado pelo edital Observatório da Educação, CAPES/Finep, coordenado pela Profª. Drª. Sandra Mara Corazza, da UFRGS. 

Além de Porto Alegre e Cuiabá, participam UFPel e UNIOESTE, em Toledo. Neste vídeo trailer vamos conhecer um pouco sobre o núcleo de Porto Alegre!

Eles estarão aqui em Novembro. E vocês?
Site Oficial: www.ufmt.br/semiedu2014

sábado, 30 de agosto de 2014

Vídeo e Podcast de apresentação do Seminário Educação 2014 (SemiEdu 2014).

O Seminário Educação 2014, conhecido por SemiEdu 2014, está sob a responsabilidade de dois grupos de pesquisa: o grupo Estudos de Filosofia e Formação (EFF), sob a liderança do professor Silas Borges Monteiro e Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Trabalho e Educação (GEPTE), sob a liderança do professor Edson Caetano.

Você já fez sua inscrição? Vale lembrar que a submissão dos trabalhos vai até 22 de Setembro de 2014. Clique aqui:  http://www.ufmt.br/semiedu2014

Serão três eventos simultâneos: SemiEdu 2014 | I Colóquio Internacional Escrileituras em Educação | II Colóquio Nacional Pensamento da Diferença.

Segue o Vídeo de abertura do SemiEdu 2014 http://vimeo.com/104791398 


Temos também o Podcast do evento, Clica ali e ouça as informações gerais do SemiEdu 2014! Está esperando o que para realizar a sua inscrição?

Dá um clique aqui ó: https://soundcloud.com/rica-kennia/erica-podcast-semiedu

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Conteúdo Programático do Curso de Extensão Abecedário de Gilles Deleuze

Olá.
Este post faz referência ao Curso de Extensão Abecedário de Deleuze: articulações filosóficas, artísticas e culturais que irá ocorrer entre os dias 11 a 13 de agosto. Para informações mais gerais sobre o Curso é só acessar esse link.
Para saber sobre a descrição do evento e os objetivos, basta acessar o site do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFMT que está realizando esse evento junto ao nosso grupo através desse link.
Hoje informamos, especificamente, quais os verbetes a serem trabalhados durante o curso. É importante que aqueles que forem participar já tenham lido os verbetes, combinado? :)

11 de agosto - Segunda-feira
1º Módulo: A (Animal); C (Cultura); D (Desejo); F (Fidelidade).

12 de agosto - Terça-feira
2º Módulo: I (Idéia); M (Doença); N (Neurologia); R (Resistência).

13 de agosto - Quarta-feira
Revisão sobre os verbetes trabalhados.


O Abecedário de Gilles Deleuze está disponível para download em: http://stoa.usp.br/prodsubjeduc/files/262/1015/Abecedario+G.+Deleuze.pdf 

Por se tratar de uma entrevista, há vídeos dos verbetes mencionados disponíveis no Youtube. Para aqueles que preferirem, vale dar um olhada.

Qualquer dúvida entrem em contato pelo e-mail coordenacaoppgf@gmail.com ;)



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Curso de Extensão - O abecedário de Gilles Deleuze: articulações filosóficas, artísticas e culturais.

O EFF juntamente com o programa de Pós-Graduação em Filosofia convida todos para o Curso de Extensão - O abecedário de Gilles Deleuze: articulações filosóficas, artísticas e culturais. 
Ministrado pela Prof. Dra. Carla Rodrigues Gonçalves da UFPel nos dias 11, 12 e 13 de agosto de 2013.
Carga horária de 30 horas.
Valor das inscrições: R$ 15,00
As vagas são limitas e serão feitas diretamente pelo PPGF.


segunda-feira, 30 de junho de 2014

In pressões em Toledo

Vídeo produzido pelo bolsista de graduação Carlos Augusto Lopes dos Santos como relatório em vídeo da viagem feita pelo EFF para o IV Seminário Integrador Escrileituras, para Toledo-PR em maio de 2014.
Esse vídeo compõe o nosso primeiro ebook, "Toledo como vivências" que em breve será disponibilizado para download.



sexta-feira, 27 de junho de 2014

Natália

Oitavo e último vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.






"Vamos falar de pesticidas 
E de tragédias radioativas 
De doenças incuráveis 
Vamos falar de sua vida 

Preste atenção ao que eles dizem 
Ter esperança é hipocrisia 
A felicidade é uma mentira 
E a mentira é a salvação 
Beba desse sangue imundo 
E você conseguirá dinheiro 

E quando o circo pega fogo 
Somos os animais na jaula 
Mas você só quer algodão-doce 
Não confunda ética com éter 
Quando penso em você eu tenho febre 

Mas quem sabe um dia eu escrevo 
Uma canção pra você 
Quem sabe um dia eu escrevo 
Uma canção pra você 

É complicado estar só 
Quem está sozinho que o diga 
Quando a tristeza é sempre o ponto de partida 
Quanto tudo é solidão 
É preciso acreditar num novo dia 
Na nossa grande geração perdida 
Nos meninos e meninas 
Nos trevos de quatro folhas 
A escuridão ainda é pior que essa luz cinza 
Mas estamos vivos ainda 

E quem sabe um dia eu escrevo 
Uma canção pra você 
Quem sabe um dia eu escrevo 
Uma canção pra você 
Quem sabe um dia eu escrevo 
Uma canção pra você..."

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Localidade: Não misture Ética com Éter

Sétimo vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.






"Não haveria possibilidade alguma, nem imagino que houvesse alguém exatamente com essa intenção, pois que se saiba que a ética é domínio da filosofia. E do modo como ela a pensa, pode ser útil a governantes, imperadores, cozinheiros e ajudantes gerais, pois todos fazem a pergunta clássica kantiana: o que devo fazer? Embora o chinês tinha em tela algo mais complexo do que demandas hodiernas e ordinárias."

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Uma Tradição apresenta SUAS armas

Sexto vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.







"Sócrates é o inventor da ética. Inaugurou novas questões, abandonou os céus e a natureza em busca do Homem. Lançou seus olhos no ínfimo, intimo privado que só a retórica, ou a evasiva maiêutica, pôde cavar. “(..) Sócrates passou a discutir questões morais na praça do mercado, e costumava dizer que o objeto de suas indagações era ‘o que se faz em casa de mal ou de bem’”(LAÊRTIOS, 1977, p.52)."

terça-feira, 24 de junho de 2014

d-est(é)tica da ação como apor(é)tica

Quinto vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.






"O nome próprio, como a assinatura, é uma inscrição ficcional, o que dá à experiência humana o que podemos chamar de non-fiction novel, por mais ambíguo que isso possa soar nesse momento."

segunda-feira, 23 de junho de 2014

(Des)

Quarto vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.






"Ouvia lamentos do meu orientador de mestrado sobre a tradução portuguesa do conceito déconstruction, de Jacques Derrida. Incomodava-lhe o prefixo des; a possibilidade de funcionar como antônimo de construção causava-lhe febre. Insistia em falar deconstrução, talvez inspirado pelo herói de Cervantes. Bem, o termo nunca "pegou”. Contudo, esta memória não deixa de produzir um certo tormento quando ouço pessoas propondo desconstruções, quando, na verdade, querem, apenas, “fazer de novo depois de destruir”."

domingo, 22 de junho de 2014

O gesto (des)construtor

Terceiro vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.





"Se a filosofia não pode propor uma ética, em termos estritos, pois não é um campo prescritivo, quanto menos a filosofia de Jacques Derrida, que nunca trabalhou explicitamente sobre o tema, a não ser em alguns momentos que se deteve nos textos de Emmanuel Lévinas, principalmente nos textos da segunda metade dos anos 1990 em diante. Embora deve-se saber que é de maneira muito artificial que podemos separar períodos ou interesses temáticos no conjunto da obra de Derrida.
Assim, encontro dificuldades em posicionar Derrida nas questões ligadas à ética, embora estejam presentes em sua obra. Tratar o campo é diferente de dedicar-se a ele, durante um período, como mostra Trifonas quando diz que “Jacques Derrida não é um filósofo “ético”. O que quer dizer que ele não expõe uma teoria da ética entendida como “filosofia da ação” ou uma forma de ser-no-mundo.
 Mesmo assim, Derrida sempre teve preocupações com a ética vista como a responsabilidade que temos em reconhecer a diferença do outro. “A desconstrução pesa fortemente aqui.” (TRIFONAS, 1991, p. ix) Deste modo, o peso está na desconstrução da filosofia mais do que em tratar do campo específico. Isso exige que tenhamos um dedo de prosa sobre a desconstrução."

sábado, 21 de junho de 2014

Quando se toma um livro em mãos

Segundo vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.






"Nesta apresentação, manipulo o texto de Jacques Derrida com a vontade que gere possíveis efeitos no debate sobre a ética e a política. Tenho como ponto de partida o livro intitulado: Paixões. A oferenda oblíqua. Do modo como foi grafado, o título e seu subtítulo chegam a ser enigmáticos."

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Commedia dell'arte

Primeiro vídeo da série O Pensamento oblíquo produzido pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro para o IV Seminário integrador Escrileituras, apresentado em Maio de 2014 em Toledo-PR na mesa redonda: “Heidegger, Derrida e Deleuze: perpectivas da diferença”.
Onde foi proposto abordar o conceito de diferença em perspectivas distintas. Ao Prof. Dr. Silas Borges Monteiro coube trazer Derrida. Como este evento trouxe o tema da ética, ele tratou da ética da diferença em Derrida.






"Esta apresentação traz em tela ética, estética, desconstrução, nome próprio, disfonia, música, mal-estar, excesso, carência, vida, morte. São conceitos e ideias inscritos no pensamento de Jacques Derrida, considerado um dos filósofos da diferença. Os conceitos não funcionam logicamente, nem estão construídos organicamente. Foram postos em operação por livre associação. Portanto, não se deve esperar uma apresentação comum, mas uma catarse."

terça-feira, 3 de junho de 2014

Cata e as baratas‏

Um exercício de escrita: Catarina Sivieri Schlischka



Aparecem muitos animais na minha casa. Alguns são agradáveis, como o pássaro laranja e preto de canto tristíssimo que apareceu anteontem, a Bonnie e a Mel, que às vezes pulam o muro dos donos e sobem até a varanda enquanto vejo TV, ou vão miar na janela. A Bonnie faz isso quando eles viajam, acho que ela se sente solitária, e a Mel não parece ter outro motivo além de me observar de longe, com os grandes olhos dourados saltando no escuro.
 Alguns podem ser bem desagradáveis, nojentos, ou perigosos, e preciso tirá-los de casa. Ou do mundo, se forem baratas. 
 Meu quarto é o lugar onde mais aparecem baratas na casa, talvez por eu ter o mau hábito de comer na cama. Ou talvez, seja eu que sempre as veja, ouça e fareje, por sempre estar tensa, preocupada que elas possam aparecer. De qualquer modo, sou eu quem mais lida com elas. Eu não gosto de matar baratas. Prefiro sair do ambiente e gritar por alguém que só me chame de volta quando já tiver sumido com o corpo. Elas agonizam de uma forma horrível: morrem se contorcendo, cada segmento do abdômen flexível compondo uma dança do ventre asquerosa, as seis patas patinando no ar no desespero de se agarrar a algo e fugir dali, a cabeça alucinada batendo no chão... E me sinto muito babaca tirando a vida delas. Sempre me lembro de uma fala do Clint Eastwood em “Os Imperdoáveis”: “O diabo de se matar um homem é que você tira dele tudo o que ele tem, é, e poderia ter sido”. A vida, principalmente para um ser como elas, é tudo o que se tem. E além disso, um dia percebi que o cheiro delas é o mesmo que o da fumaça de alguns caminhões. Cheiro de dejeto, cheiro de tóxico. Cheiro dos nossos resíduos químicos e orgânicos, da nossa água contaminada, dos coliformes, dos desperdícios, dos esgotos onde elas vivem. Cheiro dos lugares para onde nossa vida moderna as empurrou e onde se adaptaram para sobreviver. Temos uma grande responsabilidade pela vida que elas têm, e me parece tão injusto matá-las depois de as termos ferrado... Prefiro seguir hipocritamente permitindo a matança, ao mesmo tempo que pesquiso formas de espantá-las de casa. Deve existir um odor que as espante.
 Mas na maior parte do tempo, preciso matá-las. Eu tenho que matá-las, porque não suporto a ideia de saber que ela está lá, viva, em algum lugar, esperando a hora de sair de novo, me observando, abrindo e fechando as mandíbulas horizontais e lambendo os palpos. 
 Mas é verdade que sinto o prazer do alívio depois que me livro de alguma. Já o fiz de várias formas: chinelo é o mais rápido, mas suja; veneno é bom para alturas, mas existe o risco do voo, sendo minha forma favorita, borrifá-la com um perfume barato ou tonteá-la com o chinelo e jogar álcool. Não é a mais rápida das mortes, e é provavelmente dolorosa: o álcool penetra nos espiráculos, que são buraquinhos por onde elas respiram, e as afoga. Deve arder, mas considero a forma mais limpa de se fazer isso. Antigamente, eu colocava fogo nelas depois de mortas, na esperança que o corpo sumisse. Nunca deu certo, e o cheiro se espalhava pelo jardim.
 Contei para um ex-namorado sobre meu sofrimento, dilema e medo quando precisava matá-las, e ele me falou de um ritual que ele sempre fazia, quando a mãe dele o chamava quando elas apareciam. Primeiro, ele pegava a barata nas mãos, e quebrava-lhe as antenas, deixando-a atordoada e insegura. Arrancava as seis patas, uma a uma, e depois o casco e as asas. Por fim, decepava-lhe a cabeça. E, tendo-a reduzido a uma existência aberrante, jogava-a no lixo. Ele sorria. E eu via o próprio Fortunato e o seu rato, atrás daqueles sempre calmos olhos verdes e úmidos, que nunca mais foram os mesmos para mim.
 Houve uma barata que desejei manter viva, que pude manter viva, algo que me alegrou. Ela era grande, tinha duas antenas inquietas, e pernas ligeiras. Era igual a todas as outras, exceto pelo fato de ser verde, num tom fresco de folhas e brotos tenros, como feijões nascidos em algodão. Isso me induziu a tratá-la como um animal inofensivo de jardim. Através dos meus olhos racistas, ela era mais próxima das esperanças e dos vagalumes, e de vez em quando, tirava os olhos do livro para apreciá-la. 
 Nem sempre tive medo, sequer nojo. Quando criança, as pegávamos pela antena para brincar. Meu irmão as explodia com traques ou as jogava em formigueiros, e quanto a mim, não me lembro de fazer nada específico. Devia inventar alguma brincadeira, e soltá-las depois. Passei a ter medo quando um dia, minha mãe saiu e me deixou sozinha, e quando fechou a porta, vi uma enorme barata, atrás. Não querendo sujar a porta, pulverizei-a com Bom Ar. A barata voou e bateu nos meus lábios e bochecha, e eu, que nunca tinha visto barata voar, saí me estapeando e arrancando as roupas e alguns cabelos, até chegar ao box do banheiro, onde lavei o rosto seis vezes, até parar de sentir a sujeira no meu rosto, e finalmente poder abrir a boca e gritar. Nunca mais fui a mesma. 
 Eu estava lendo, então, e fui ao banheiro. Quando voltei, vi que a barata verde não estava mais na janela, percebi que o criado-mudo estava torto, e empurrei-o com força. As rodinhas rangeram, e ao chegar na parede, ouvi o som que as folhas secas fazem quando se pisa nelas. Bastou aquele som cruel para saber que havia esmagado a única barata que jamais teria matado. Ela ainda tremia as antenas e mexia a boca debilmente, e fiquei olhando até ela parar. Coloquei-a na grama do jardim, de onde imagino que ela veio, e não voltei a ler naquela noite.

sábado, 31 de maio de 2014

Educação em saúde: a individuação e a formação estética à vida

O Seminário Temático - Educação e Seus Intersessores teve hoje seu último dia de evento com a Defesa Pública da Tese de Doutorado “Educação em saúde: a individuação e a formação estética à vida” de Maria Auxiliadora Maciel de Moraes. Orientada pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro.





"Professor Silas inicia a apresentação da tese de doutorado da professora Maria Auxiliadora Maciel de Moraes, como tema “Educação em saúde: a individuação e a formação estética à vida” , a qual associa Filosofia, Educação e Saúde. 
A professora questiona em seu trabalho "Como alguém se torna enfermeira?", de forma teórica, crítica e reflexiva. Traz ainda filósofos e produções de Nietzsche, como Ecce Homo e Zaratustra, relacionando- as com a Enfermagem como formação e profissão,bem como o conceito de saudê e doença. Discute inclusive sobre o currículo de formação do profissional enfermeiro."

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Filosofia da diferença e educação

Em seu terceiro dia, o Seminário Temático - Educação e Seus Interesessores trouxe à cena no Auditório I do IE-UFMT, a Prof. Dra Sandra Mara Corazza (UFRGS) e Prof. Dr. Luciano Bedin da Costa (UFRGS), tendo como Moderadora a Mestranda Aline de Souza Campos.

"Dando continuidade ao evento “Educação e seus Intersessores”, contamos com a presença do Prof. Dr. Luciano Bedin da Costa e da Profa. Dra. Sandra Mara Corazza para compor a mesa Filosofia da Diferença e Educação. Corazza apresentou o conceito de professor tradutor, que põe em movimento uma Didática da tradução, ou uma Didática Artista. Ela vê a aula como feitura, como criação, o trabalho do professor como tradutor. Bedin propôs uma educação ornintorrincada, aquela que recolhe pedaços dispersos e os põe em relação elementos improváveis com intuito de fazer surgir o novo da vida onde parece existir apenas descaso, cansaço e morte. Assim, a educação seria lugar de encontros inesperados e criação do pensamento."



Educação permanente como potência de redes

No dia 28/5 a partir das 18:00 no Auditório I do CCBS III da UFMT, o Seminário Temático - Educação e seus Interesessores trouxe a Cuiabá o Prof. Dr. Ricardo Ceccim (UFRGS), tendo nesta noite como Moderador o Prof. Dr. Silas Borges Monteiro.

"Ceccim falou das mudanças governamentais que operaram a construção do ideal sobre valorização das diferenças na atenção à saúde coletiva. 
A educação permanente em saúde tem papel fundamental nesta evolução. As idéias e saberes devem ser compartilhados e um novo desenho da formação de profissionais de saúde possibilita a aproximação à comunidade e conhecimento das políticas de atenção à saúde coletiva. 
Aceitar a diversidade e a multiplicidade humana descobrindo que o modelo básico de “atendimento-prescrição” não deve encerrar o entendimento do que é melhor à saúde coletiva, mas que a singularidade deve permear o projeto terapêutico."




terça-feira, 27 de maio de 2014

Pensamento oblíquo: apor(é)tica do nome próprio

Hoje pela manhã, na Sala 68 do Instituto de Educação da UFMT, foi dada abertura ao Seminário Temático - Educação e Seus Intersessores. Nesse primeiro dia a fala foi do Prof. Dr. Silas Borges Monteiro.

"Na mesa Educação e Ética em Jacques Derrida o Prof. Dr. Silas Borges Monteiro colocou em cena conceitos e ideias inscritos na obra de Derrida como ética, estética, desconstrução e nome próprio em uma apresentação que se configurou como uma experimentação de elementos textuais, visuais e auditivos, trazidos em tela não como complementação ou ilustração ao argumento filosófico, mas como suplemento, como excesso. A ética como atravessamento da cultura, literatura música e design, não focalizada somente ao campo da filosofia, mas uma ética em meio à vida."





Segue o link do texto apresentado:

terça-feira, 20 de maio de 2014

Seminário Temático - Educação e seus intersessores

Cortes, viéses, transversalidades, transvalorações. O evento "Educação e seus intersessores", promovido pelo Grupo Estudos de Filosofia e Formação pretende proporcionar uma aproximação ao campo de saber da Educação e Saúde por seus atravessamentos que funcionam como potências de exorbitância. A Educação e a Saúde interserem com a Filosofia a fim de provocar extravasamentos a outros planos conceituais e práticos da vida, a fim de deixar rastros de diferença, geralmente apagados pelos interditos. Intersessores contra interditores.



Programação:

27 de Maio
Educação e a Ética em Jacques Derrida
8h às 12h | Local: Auditório 68 Instituto de Educação/ PPGE
Palestrante | Prof. Dr. Silas Borges Monteiro (UFMT)

28 de Maio
Educação permanente como potência de redes
18h às 22h | Local: Auditório CCBS III
Palestrante | Prof. Dr. Ricardo Ceccim (UFRGS)
Moderação | Prof. Dr. Silas Borges Monteiro (UFMT)

29 de Maio
Filosofia da diferença e educação
8h às 12h | Local: Auditório I do Instituto de Educação
Moderação | Aline de Souza Campos

30 de Maio
Defesa Pública da Tese de Doutorado “Educação em saúde: a individuação e a formação estética à vida”
14h às 18h | Local: Auditório 68 Instituto de Educação/ PPGE
Doutoranda: Maria Auxiliadora Maciel de Moraes (UFMT)
Orientador: Silas Borges Monteiro (UFMT)


Nota: O título do Seminário Temático Educação e seus intersessores é uma provocação. Nascido de um conceito de Gilles Deleuze e Felix Guattari, o termo intercessor foi (sub)vertido por intersecção, a fim de evitar a representação equivocada de que haverá, no debate, mediadores, ou intercessores. Optamos por um neologismo errôneo (talvez errático, por destinerrance), pois a visão do erro provocaria o mal-estar desejável de quem quer romper com as margens entre saberes. - Por Silas Borges Monteiro.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Friderich Nietzsche por: Sacarlett Marton

Scarlett Zerbetto Marton é professora de história da filosofia contemporânea na Universidade de São Paulo. É considerada uma das maiores conhecedoras brasileiras do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Sua tese de doutorado, Nietzsche - das forças cósmicas aos valores humanos, foi defendida em 1979 e publicada em 1980. Seu livro mais recente é A irrecusável busca de sentido, autobiografia intelectual em que colocou em questão suas opções filosóficas e pessoais, bem como criticou várias tendências da atual filosofia brasileira. Além disso fundou e coordena o GEN - Grupo de Estudos Nietzsche; é a editora-responsável dos "Cadernos Nietzsche" e da "Coleção Sendas e Veredas". Trabalha na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia Moderna e Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: "Nietzsche, atualidade e crítica" e "Crítica da cultura contemporânea".

Sendo então um nome de peso, nesse curso livre de Humanidades, tendo como Módulo 1 a Filosofia, ela traz Nietzsche como, o filósofo da suspeita.


http://www.youtube.com/watch?v=NVMjJWekoIk

"Nietzsche é conhecido sobretudo por filosofar a golpes de martelo."

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Parágrafos: estrutura e desenvolvimento

Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação em Educação
Argumentação, Estilo, Composição: Introdução à Escrita Acadêmica
Tomaz Tadeu da Silva

Parágrafos: estrutura e desenvolvimento

I.                   Noções gerais sobre parágrafo

- Parágrafos devem começar e terminar com ideias/informações importantes.
- Em geral, a frase inicial de um parágrafo anuncia a ideia principal, aquilo do qual o parágrafo vai tratar.
- As frases do meio do parágrafo desenvolvem a ideia principal.
- A frase final deve sumariar, concluir, fechar a ideia introduzida no parágrafo, antecipando a ideia do seguinte.
- Um parágrafo deve fazer sentido como um todo; suas palavras e frases devem estar claramente conectadas.
- Cada parágrafo conecta-se com o anterior e com o seguinte.

     II.        Perguntas para verificar a estrutura e o desenvolvimento de um parágrafo

- Qual é a frase-tópico (na nomenclatura de Faraco e Tezza, “frase-guia”) de cada parágrafo? Ela é explícita ou implícita? Se explícita, em que lugar do parágrafo ela
está?
- Existe alguma frase que não esteja relacionada com a frase-tópico? E possível justificar sua inclusão?
- Cada parágrafo está organizado de forma a facilitar a leitura? De que maneira as frases estão ligadas? É preciso acrescentar conexões? Há conectivos que criam ligações inexistentes entre ideias? Há ideias que tem ligações, mas que não estão assinaladas por conectivos? Há conectivos que criam ligações inapropriadas?
- Cada parágrafo desenvolve a ideia-chave de forma completa? Que estratégias de desenvolvimento são utilizadas? Elas são eficazes? Que outras estratégias poderiam ser utilizadas? O parágrafo precisa ser mais desenvolvido?
- A primeira frase de cada parágrafo informa o leitor sobre o que o parágrafo irá tratar? A última frase conclui, sintetiza, fecha a discussão introduzida pela ideia principal?
- Há variação de tamanho entre os parágrafos? Há algum parágrafo demasiado longo ou demasiado curto? Há alguma ideia que poderia ser destacada por um parágrafo de uma única frase?
- De que forma os parágrafos estão ligados, conectados? E preciso acrescentar alguma conexão/conectivo?
- Há alguma expressão de transição que cria ligações não existentes entre parágrafos? Há ligações entre parágrafos que não estão assinaladas por expressões de transição? Há ligações inadequadamente assinaladas?
- De que forma o parágrafo introdutório captura a atenção do leitor? Como ele inicia? Com uma história, com uma pergunta, com uma afirmação forte? Poderia começar de uma outra maneira?
- De que forma o último parágrafo efetua a conclusão? Deixa no leitor uma última impressão que seja forte e marcante? Como termina? Com uma pergunta, uma citação, uma imagem marcante, uma advertência, um apelo à ação? De que outra forma poderia concluir?

      III.       Construindo parágrafos com unidade: foco em uma ideia principal

1.      Colocando a frase-tópico no início do parágrafo

- É a maneira mais comum de iniciar um parágrafo e de chamar a atenção para a ideia principal, dizer imediatamente ao leitor de que se trata. As frases subsequentes desenvolvem essa ideia principal:

Enquanto uns proclamam o fim da representação, entretanto, outros reivindicam o direito à representação. Os questionamentos lançados às epistemologias canônicas, às estéticas dominantes, aos códigos culturais oficiais partem precisamente de grupos sociais que não se vêem aí representados. Há uma revolta das identidades culturais e sociais subjugadas contra os regimes dominantes de representação. É essa revolta que caracteriza a chamada “política de identidade”.

2.      Colocando a frase-tópico no fim do parágrafo

- Em geral, a colocação da frase-tópico no início segue uma ordem lógica que vai do geral ao particular. A colocação da frase-tópico no final, ao contrário, vai do particular para o geral:

Homem, branco ou heterossexual: identidades que, por funcionarem como norma, não aparecem como tais. E o outro que é étnico. É o outro, como homossexual, que aparece como identidade inteira e exclusivamente definida pela sexualidade. A identidade feminina é marcada por falta em relação à do homem. A identidade subordinada é sempre um problema: um desvio da normalidade. Ela é, sempre, a identidade marcada. Como consequência, a pessoa que pertence a um grupo subordinado carrega, sempre, toda a carga e todo o peso da representação. Como identidade marcada, ela representa, sempre e inteiramente, aquela identidade. No regime dominante de representação, a identidade dominante é a norma invisível que regula todas as identidades.

3.      A fase-tópico inicial reiterada na frase final do parágrafo

- É possível combinar as duas coisas: uma frase-tópico que inicia o parágrafo e que é reiterada na frase final:

O fetiche deve sua existência à ambiguidade. É simultaneamente europeu e africano. Apresenta-se como visceralmente material, mas invoca, ao mesmo tempo, o que há de mais inapelavelmente transcendental. É matéria e é espírito. Humano e divino. Conceito e coisa. Autônomo e dependente. Tem um pé neste mundo e um olho no outro. O fetiche, num mesmo movimento, afirma e nega. Fascina e repugna. Reafirma a centralidade do sujeito europeu no mesmo gesto em que denuncia seu fascínio e curiosidade pelo outro colonizado. Autentica, por um momento, a autonomia do sujeito apenas para, no seguinte, pô-la em dúvida. O fetiche é presença e ausência. Aqui está ele; já se foi. Olha ali: ele parece ter vida própria; olha de novo: já não tem mais. Em sua metamorfose sexual, freudiana, movimenta-se constantemente entre o todo e a parte, o genuíno e o substituto, o mesmo e o diferente. Quando põe sua máscara social, marxiana, confunde coisa com gente e, inversamente, gente com coisa. O fetiche é um ser ambíguo, híbrido, limítrofe, fronteiriço.

4.      A ideia-chave está implícita

- A frase-tópico não aparece de forma explícita. Ela está implícita nas outras frases presentes no parágrafo:

A verdade como ficção, invenção e criação. Uma visão perspectivista e interpretativa do conhecimento. O conceito como produção e intervenção e não como descoberta ou reflexo. A insistência no caráter produtivo da linguagem. O privilegiamento da diferença e da multiplicidade em detrimento da identidade e da mesmidade. Rejeição da transcendentalidade e da originariedade do sujeito. O caráter heterogêneo, derivado, das formações de subjetividade. A não- identidade do “sujeito” consigo mesmo. A opção por uma genealogia em prejuízo de uma ontologia. A pesquisa não das essências e das substâncias mas das forças e das intensidades. Insistência no “poder” de inventar, fixar, tomar permanente e não na capacidade cognitiva de descobrir, revelar, desvelar. Contra o duvidoso gosto pela essência, uma declarada predileção pela aparência. Não a presença (do ser?), mas seu diferimento, sua diferença, seu retardamento, seu espaçamento. Horror ao pensamento da negação e da contradição. O devir em vez do ser. Não os valores mas sua valoração. Não a moral mas sua proveniência. [Qual é a ideia-chave?]

IV. Características de uma boa frase-tópico

 A frase-tópico não deve:

- ser vaga
- ser fraca
- ser geral
- ser óbvia
- esgotar-se em si mesma

A frase-tópico deve.

- ser instigante, instigadora
- ser problematizante
- ser intrigante
- ser forte
- permitir, exigir desdobramentos
- criar expectativas
- sugerir polêmica
- exigir demonstração, argumentação

Nos exemplos seguintes a versão “b” é melhor do que a versão “a”.

1. a) A linguagem descreve a realidade.
b) A linguagem não se limita a descrever a realidade.

2. a) O discurso instaura verdades.
b) Em contraste com a compreensão do senso comum de que o discurso se limita a descrever a realidade, alguns autores argumentam que o discurso faz muito mais do que isso: ele produz e cria uma realidade própria, ou seja, o discurso instaura verdades.

3. a) A escola transmite a ideologia dominante.
b) Mais do que transmitir o conhecimento propriamente dito, a escola transmite os valores e as ideias dominantes, ou seja, a escola transmite a ideologia dominante.

4. a) A filosofia da diferença teve origem na França, na década de cinquenta.
b) A filosofia da diferença, teve origem na França, na década de cinquenta, em resposta ao predomínio de filosofias como a fenomenologia, com sua ênfase na consciência e no sujeito.

5. a) O conceito de diferença é muito importante.
b) Por que se pode dizer que o conceito de diferença é importante?

V. Estratégias de desenvolvimento de parágrafos

Como regra geral, evitar parágrafos compostos de uma sequencia de frases vagas e genéricas. Procurar escrever frases que sejam específicas, precisas, “concretas”. Desenvolver plenamente uma ideia principal antes de passar para uma outra. A não ser que seja o objetivo explícito, não juntar num mesmo parágrafo uma série de ideias de mesmo nível de importância.

Mal:
O discurso cria verdades. A verdade é um efeito do poder. O saber é inseparável do poder. A verdade é produzida pelo poder.

Melhor:
Estamos acostumados com a ideia de que a linguagem simplesmente representa uma realidade que supostamente existiria fora e independentemente dela. Assim, por exemplo, quando pensamos na natureza da linguagem, tendemos a pensar em frases tais como “a maçã está sobre a mesa” que expressaria um fato extralinguístico ou extra-discursivo. É para nós mais estranha a ideia de que a linguagem não apenas representa alguma coisa, mas, mais do que isso, cria alguma coisa. Nessa última perspectiva, o discurso não se limitaria a descrever uma realidade que existiria fora e antes dele, mas, antes, produziria uma nova realidade, uma realidade que não existia antes. Assim, por exemplo, independentemente do fato de que seja efetivamente verdade que “João é pouco inteligente”, se essa frase for reiteradamente pronunciada acabará por criar como fato, na opinião das pessoas, de que “João é pouco inteligente”. Assim como acontece nesse caso relativamente simples, podemos dizer, de forma mais geral, que o discurso acaba por produzir verdades.

1.      Ilustrar, exemplificar

- Uma das formas mais comuns e eficazes de desenvolvimento de parágrafos consiste em ilustrar uma ideia através de um exemplo ou de uma série de exemplos.

É fácil compreender que identidade e diferença estão em uma relação de estreita dependência. A forma afirmativa como expressamos a identidade tende a esconder essa relação. Quando digo “sou brasileiro” parece que estou fazendo referência a uma identidade que se esgota em si mesma. “Sou brasileiro” - ponto. Entretanto, eu só preciso fazer essa afirmação porque existem outros seres humanos que não são brasileiros. Em um mundo imaginário totalmente homogêneo, no qual todas as pessoas partilhassem a mesma identidade, as afirmações de identidade não fariam sentido. De certa forma, é exatamente isso que ocorre com nossa identidade de “humanos”. E apenas em circunstâncias muito raras e especiais que precisamos afirmar que “somos humanos”.

2. Definir

- Trata-se de uma estratégia muito comum nos textos dissertativos ou argumentativos. Definir um conceito, neste caso, não significa simplesmente fornecer uma definição do tipo que é dada nos dicionários, mas precisá-la, fornecendo exemplos, distinguindo o conceito em questão de conceitos que lhe são próximos, contrastando-o com conceitos opostos, etc.

Nesse contexto, a representação é concebida como um sistema de significação, mas descartam-se os pressupostos realistas e miméticos associados com sua concepção filosófica clássica. Trata-se de uma representação pós-estruturalisla. Isto significa, primeiramente, que se rejeitam, sobretudo, quaisquer conotações mentalistas ou qualquer associação com uma suposta interioridade psicológica. No registro pós-estruturalista, a representação é concebida unicamente em sua dimensão de significante, isto é, como sistema de signos, como pura marca material. A representação expressa-se por meio de uma pintura, de uma fotografia, de um texto, de uma expressão oral. A representação não é, nessa concepção, nunca, representação mental ou interior. A representação é, aqui, sempre marca ou traço visível, exterior.

3. Dividir e classificar

- Dividir e classificar constituem, na verdade, uma única estratégia, vista de dois pontos de vista diferentes. Utilizamos a divisão se partimos de uma categoria mais ampla e a dividimos em duas ou mais subcategorias. Utilizamos a classificação se efetuamos a operação contrária: partimos de dois ou mais grupos mais restritos e os agrupamos numa categoria mais ampla. Assim, por exemplo, posso dizer que as pessoas que fazem dieta estão divididas entre aquelas que fazem dieta por questões de saúde e aquelas que fazem dieta por questões de estética (divisão). Inversamente, posso dizer que as pessoas que estão preocupadas com a estética e as pessoas que estão preocupadas com a saúde formam dois grupos que tendem a fazer dieta (classificação). No primeiro caso, parte-se das semelhanças para as diferenças e no segundo, das diferenças para as semelhanças.

A perspectiva critica de multiculturalismo está dividida, por sua vez, entre uma concepção pós-estruturalista e uma concepção que se poderia chamar de “materialista”. Para a concepção pós-estruturalista, a diferença é essencialmente um processo linguístico e discursivo. A diferença não pode ser concebida fora dos processos linguísticos de significação. A diferença não é uma característica natural: ela é discursivamente produzida. Além disso, a diferença é sempre uma relação, não se pode ser "diferente” de forma absoluta, é-se diferente relativamente a alguma outra coisa, considerada precisamente como "não- diferente”. Mas essa "outra coisa” não é nenhum referente absoluto, que exista fora do processo discursivo de significação: essa “outra coisa”, o “não- diferente”, também só faz sentido, só existe, na "relação de diferença” que a opõe ao "diferente”. Na medida em que é uma relação social, o processo de significação que produz a "diferença” se dá em conexão com relações de poder. São as relações de poder que fazem com que a "diferença” adquira um sinal, que o "diferente” seja avaliado negativamente relativamente ao “não-diferente”. Inversamente, se há sinal, se um dos termos da diferença é avaliado positivamente (o “não-diferente”) e o outro, negativamente (o "diferente”), é porque há poder. [A concepção 'materialista ” é discutida no parágrafo seguinte.]

Apesar de suas divergências - muitas, aliás - o pensamento de Gilles Deleuze e o pensamento de Jacques Derrida podem ser, ambos, caracterizados como a expressão de uma “filosofia da diferença”. A diferença é, em ambos, um conceito central: em Deleuze, por meio do desenvolvimento de uma “diferença em si mesma”; em Derrida, pela criação do conceito de diffèrance. Questionam, ambos, o privilégio que a metafísica concede à identidade em prejuízo da diferença: Deleuze ao colocar em questão o “pensamento da representação”; Derrida, ao problematizar a “metafísica da presença”.

4. Comparar e contrastar

- São duas estratégias bastante comuns e eficazes de desenvolvimento de parágrafos. Comparar coloca em evidência as semelhanças entre duas coisas (ver o exemplo imediatamente anterior, sobre Deleuze e Derrida). Contrastar, por sua vez, salienta as diferenças entre duas coisas. Há duas maneiras de fazer isso: 1. em bloco, apresentando todas as características de uma das coisas e, depois, todas as características da outra; 2. de forma alternada, focalizando, para cada característica ou conjunto de características, ora uma, ora outra das coisas.

A diferença de Deleuze não é exatamente a diferença de Derrida. Para Derrida, a diferença está estreitamente ligada à ideia linguística de significação. O desenvolvimento que ele faz da noção de diferença não pode ser separado de uma concepção do tempo como variável descontínua. Além disso, apesar de sua rejeição de uma estratégia puramente negativa, o seu conceito de diffèrance ainda permanece, de alguma forma, subordinado a uma certa ideia de negação. Em Deleuze, por outro lado, o conceito de diferença está ancorado mais na noção de expressão do que na de significação. Em contraste com Derrida, a noção de tempo subjacente à sua concepção da diferença, é fundamentalmente, inspirado em Bergson, de um tempo contínuo. Finalmente, seu projeto do desenvolvimento de uma “diferença em si mesmo” rejeita terminantemente qualquer apelo ao mínimo traço de negatividade. [Em bloco ]
A diferença de Deleuze não é exatamente a diferença de Derrida. Enquanto que, para Derrida, a diferença está associada à ideia de significação, para Deleuze, é a noção de expressão que é central. Se para Derrida, a noção de tempo que serve para o desenvolvimento do conceito de diffèrance é fundamentalmente a de um tempo descontínuo, para Deleuze, em contraste, inspirando-se em Bergson, é a continuidade do tempo que é fundamental. Finalmente, apesar de seus esforços para se desligar da negatividade da dialética, enquanto Derrida continua preso a uma certa forma de negação. Deleuze rejeita terminantemente qualquer apelo a uma estratégia negativa dc pensamento, [Alternância]

5.      Articular relações de causa (razão, motivo) ou efeito (consequência)

- É difícil pensar num texto dissertativo ou argumentativo que não explore relações de causa (razão, motivo) ou efeito (consequência).'Evidentemente, há muitas maneiras de apresentar processos de causa ou efeito, algumas mais explícitas, nas quais são visíveis marcas linguísticas que assinalam esse tipo de relação (consequentemente, logo, então, pois, assim, portanto, etc.), outras mais implícitas, nas quais a relação está apenas sugerida. Na verdade, grande parte de um texto dissertativo é feito de parágrafos cujo desenvolvimento consiste em justificar (dar as razões) a afirmação contida na frase-tópico. “Por que podemos afirmar isso?” Quer dizer, explicar (dar as razões de uma afirmação) é uma das estratégias básicas de desenvolvimento de parágrafos num texto dissertativo.

Não se pode esquecer que a hibridização se dá entre identidades situadas assimetricamente em relação ao poder. [POR OUÊ?] Os processos de hibridização analisados pela teoria cultural contemporânea nascem de relações conflituosas entre diferentes grupos nacionais, raciais ou étnicos. Eles estão ligados a histórias de ocupação, colonização e destruição. Trata-se, na maioria dos casos, de uma hibridização forçada.

6. Reiterar, parafrasear, retomar

- Outra vez, na medida em que o objetivo de boa parte dos parágrafos dos textos dissertativos concentra-se em explicar ideias, eles são necessariamente compostos de explicações, as quais, por sua vez, como todo bom professor sabe, consistem em expressar de uma outra forma a mesma ideia: reiterar, parafrasear, retomar.

Primeiramente, a identidade não é uma essência; não é um dado ou um fato - seja da natureza, seja da cultura. A identidade não é fixa, estável, coerente, unificada, permanente. A identidade tampouco é homogênea, definitiva, acabada, idêntica, transcendental. Por outro lado, podemos dizer que a identidade é uma construção, um efeito, um processo de produção, uma relação, um ato performativo.

7. Combinar diversas dessas estratégias

- Normalmente, a composição de um parágrafo é feita por uma combinação de algumas dessas estratégias. Pode-se, por exemplo, dar as razões de uma afirmação, ao mesmo tempo que se ilustra a afirmação com exemplos. O importante a reter é que a construção de um parágrafo se dá por acumulação, progressão, desenvolvimento. Não é por acaso que todas essas palavras (desenvolver, desenrolar, desdobrar, explicar) estão etimologicamente relacionadas. Desenvolver é des+envolver e envolver é enrolar. Assim, desenvolver é desenrolar. Desdobrar, por sua vez, é des+dobrar. Finalmente, explicar é ex+plicar e plicar vem de um verbo latino que significa dobrar. Logo, desenvolver = desdobrar = desenrolar = explicar. (Poderíamos acrescentar a esses verbos os verbos “envelopar” e “desenvelopar” que, vindos do francês, correspondem aos nossos “envolver” e “desenvolver”). Pode-se pensar na ideia-chave que está contida na frase-tópico como uma ideia concentrada, dobrada, envolvida, “plicada”, que contém em si outras ideias que precisam ser desdobradas, desenvolvidas, explicadas. Inversamente, podemos pensar nas frases que se desenvolvem a partir da frase-tópico como expressando ideias que, se dobradas, envolvidas, enroladas, “plicadas”, retornarão a seu estado “original”, compactado.

- Para finalizar, as duas regras fundamentais na estratégia de desenvolvimento de parágrafos:

1.      NÃO pular de ideia para ideia no interior de um parágrafo, sem qualquer transição. Cada uma das ideias deve estar relacionada com uma MESMA ideia principal.

2.      Não ficar, entretanto, simplesmente REPETINDO a MESMA ideia, sem acrescentar nenhuma informação nova. O parágrafo é ACUMULAÇÃO, PROGRESSÃO, DESENVOLVIMENTO.


Em suma, não saltar, mas também não ficar no mesmo lugar.