Bolsista de Iniciação Científica
Este texto se propõe a uma breve apresentação das afecções produzidas
a partir de uma aproximação inicial da filosofia nietzschiana em
Antologia das Vivências. Por se tratar de um texto ensaístico e inicial
devem-se desconsiderar quaisquer conjunções que lhe soem aterrorizantes
ou absurdas. Enfim, em último caso, lhe taquemos fogo.
Definir o
conceito de vivência me parece ser uma tarefa complicada, quase
impossível, exatamente porque ela própria parte de uma elaboração – na
vida – indescritível. Tenho a impressão de que só é possível seguir seus
rastros, com breves momentos em que se cultiva a impressão de tê-la
alcançado, na leitura dos aforismos nietzschianos. Não existe o conceito
na vida e sua elaboração trás consigo uma carga de perda e
simplificação quando se intenta imputar a vivências uma circunscrição da
linguagem. Assim, antes de incorrer em uma catástrofe, para descrever o
que seria uma vivência, penso que seria mais coerente dizer da própria
vida, e esta, eu a compreendo como vontade de potência.
A vida
produzida a partir de uma relação de forças, de conflito entre
potências, de um sobrepor de instintos é o terreno fértil para que as
vivências brotem, numa ambiência onde não se tem finalidade alguma, mas
há transformação constante. E a partir destes desequilíbrios, das
resistências e imposição de sentidos, ocorrem afetamentos singulares a
cada um. É necessário estar ainda presente na vida quando algo acontece.
E nesse sentido se instala um trabalho, a partir das afecções que nos
chegam, um trabalho sobre si mesmo, de cultivo de si, das vivências,
mundo imanente das sensações, dos sentimentos, das mudanças
ininterruptas, onde o nosso corpo é modificado por fluxos da vida que
nos trazem sempre o novo, tão logo da própria vida que intenta
expandir-se, alargar os limites, na intenção última do homem de, em
continuum, tornar-se o que se é.
Li o texto e tirei minhas conclusões.
ResponderExcluirAo se deparar com o termo "vontade de potência" logo vem à mente a definição dada pelo senso comum de que ela não é, senão, a vontade de dominar inerente a todo ser humano. Entretanto, a abrangência deste conceito nietzcheano vai muito além desta compreensão reducionista. A definição da "vontade de potência" abarca várias outras significações .