Ângela Fontana Velho
Bolsista de mestrado do Núcleo UFMT do
Bolsista de mestrado do Núcleo UFMT do
Projeto Escrileituras: um modo de "ler-escrever" em meio a vida
Ex-orbitante.
Fora da órbita.
O que excede os limites.
Além do justo e do razoável.
Copioso. Alcandorado. Grandíloquo. Louco.
Além dele, o inesgotável. É um vampirismo dos sentidos, que me esgota e ao
mesmo tempo me excede, me satisfaz perdidamente. É a tempestade que termina e é
a escuridão que sobrevem depois dela. É escassez de água e de luz e, ao mesmo
tempo e sobretudo, uma consciência da existência. É olhar tanto e tão fixamente
para o abismo que ele me invade. É uma história silenciosa e louca, uma
angústia prazerosa e interminável que dura alguns poucos segundos. Um movimento
lento de câmera que, na direção de um inevitável fim, nunca se aproxima. É um
orgasmo iminente. Nunca arrebatador porque não cessa. Vazio irônico, porque
cheio e complexo. A sutileza de um fim que nunca termina. Rudimentar e denso. É
um jogo, uma escritura, uma impossibilidade, um labirinto de inscrições.
Depois dele e através dele nada sobra, a não ser uma espécie de... Nada. Ou
não.
Que o exorbitante cumpra o seu papel. Provoque. Corte o olho.
Ex-Órbitâncias...
ResponderExcluirolho - orbita
a voz se cala.
Alessandra Abdala